¬¬
O que falar sobre o falso moralismo? Ou pior, o que falar sobre pessoas que possuem esse terrível defeito? Quem é o quê para apontar ou julgar alguém? E quando uma pessoa que tem um passado (e um presente) questionável vem te falar o que deve e o que não deve ser feito e como se deve ou não se deve viver? Como se comportar diante disso? São perguntas que me faço quando encontro pessoas assim, porque sério, fico sem saber como me comportar. É desconfortável, e eu não consigo me conter, e se não posso vomitar tudo o que penso na cara da pessoa, eu saio de perto até para deixar-se perceber o desafeto e também para manter a ética comigo mesma, que para mim é a mais importante. Ser hipócrita consigo próprio é pior do que ser hipócrita perante a sociedade. Aliás, acho até que deve ser bem perturbador ser hipócrita consigo mesmo: como que uma pessoa que fala de uma forma e age de outra se olha no espelho quando chega em casa? Deve no mínimo se chamar de idiota. Mas enfim, cada um com seu cada um. Não quero ser analisada porque autocrítica eu tenho de fábrica, obrigada. E ainda bem que tenho. Toda pessoa deveria ter autocrítica porque acho que é a peça mais importante para a construção da personalidade de qualquer cerumano. E por que a maioria não possui a bendita prática de se avaliar ao invés de avaliar o outro? Os que não sabem analisar a própria vida e sua maneira de agir ou pensar, sempre são aquelas que vivem a apontar defeitos alheios. Ah, e todo esse questionamento levantado fica sem resposta porque ainda não aprendi a compreender pessoas que tem essa deficiência. Fim.
Foi assim:
(Ele) - Deaaaaaaane, corre aqui!
(eu) - Que foi???
(ele) - Corre, vem cá ver uma coisa.
(eu, cética) - Que diabo é isso?
(ele) - Tá vendo? A criatividade humana não tem limites, minha cara.
(eu, boquiaberta) - ...
(ele) - A estupidez humana não tem limites, a idiotice humana não tem limites, e eu quanto mais conheço os homens, mais gosto de cachorros.
(eu, já saindo) - Não sei como ainda me surpreendo.
Alguns minutos depois...
(ele, aos berros) - Deaaaaaaaane.
(eu, no computador) Aff... o que é criatura??
(ele, em tom de raiva e ao mesmo tempo deboche) - Lembra do que eu te falei naquele dia? Olha ai. (e aponta).
(eu, pasma) É. Você tinha razão.
(ele, que é ateu) - Jesus deve ta se revirando no túmulo. (Desliga a tv, e sai da sala.)
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
***
Madrigal Melancólico - Manuel Bandeira, 11 de junho de 1920
*enviei-te também por email*
Há um bocado de pensamentos que às vezes não saem da maneira como penso. As pessoas evoluem. Mudam. Às vezes elas evoluem e mudam de maneiras diferentes até terem um pouco em comum uma com a outra. E grande parte do meu “pensamento” tido anos antes, poderá não valer mais. Vou então pensar que ainda não vi o mundo. Pois tudo que vejo ainda é errante Nada aprendo, tudo se desmente. Espero um “amanhã talvez”.
Perco a razão querendo ser eu mesma, mostro e falo pra todo o mundo que eu não sei agir do jeito certo. A saudade me faz sofrer e a solidão me faz perder.
-“Você não tem medo do escuro?
- Claro que não! O fantasma sou eu!”
Não é nada não.
Não queira entender, não hoje.
- Bom dia, disse ele.
Era um jardim cheio de rosas.
- Bom dia! - Disseram as rosas.
O príncipezinho contemplou-as. Eram todas iguais à sua flor.
- Quem é? - Perguntou ele estupefato.
- Somos rosa. - Disseram as rosas.
- Ah! - Exclamou o príncipezinho...
E ele sentiu-se extremamente infeliz. Sua flor lhe havia contado que ela era a única de sua espécie em todo o universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!
"Ela haveria de ficar bem vermelha - pensou ele - se visse isto... Começaria a tossir, fingiria morrer, para escapar ao ridículo. E eu então teria que fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela era bem capaz de morrer de verdade... ".
Depois, refletiu ainda: "Eu me julgava rico de uma flor sem igual, e é apenas uma rosa comum que eu possuo. Uma rosa e três vulcões que me dão pelo joelho, um dos quais extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito grande...". E, deitado na relva, ele chorou.