domingo, 15 de janeiro de 2012

droga, de novo

Não sei se era inocência minha, mas quando se falava em drogas, eu pensava logo em São Paulo, Rio de Janeiro, favelas e tráfico. Alguns anos atrás ainda na adolescência eu soube que perto de onde minha família e eu morávamos tinha (e ainda tem, eu acho) uma casa onde vendia facilmente alguns tipos de drogas. Morávamos não muito longe de um colégio particular, tradicional bem conhecido na cidade. Lembro que eu sempre via alunos daquele colégio indo a tal casa, todos arrumadinhos em seus uniformes verdes, eu na minha inocência achava que era um ciber, vídeo-game ou alguma coisa do tipo. Porque claro, eu, na minha inocência de criança pensava que o uso de drogas acometia apenas a grupos de pessoas não beneficiadas por estudo, conhecimento, informação.

Lembrei agora de um dos acontecimentos que mais me marcou ano passado, o confronto dos estudantes da usp com a polícia militar, o tipo de reivindicação que faziam, se é que podia chamar aquilo de reivindicação. Imagino a confusão que aquilo teria feito na minha cabeça se tivesse acontecido quando eu tinha lá meus doze anos: "alunos brigando com policiais porque esses malvados não querem deixa-los usar drogas em paz". Já pensou? Eu provavelmente não estaria preparada.
Claro que não, eu que naquele tempo lia sobre jovens que foram pra rua com a cara pintada derrubar um presidente, de repente me ver fazendo parte de uma geração cara de pau, sem ideologia ou qualquer preocupação que não seja o próprio umbigo. É complicado.

Mas voltando ao assunto, claro que eu caí na real com o passar do tempo, fui vendo que não acomete apenas pessoas pobres ou sem estudo não, mas a verdade é que é muito difícil não ser abalado principalmente quando acontece perto de você. Poxa...Aquela história de "meus amigos me convenceram", ou "era curiosidade eu só queria provar", isso é passado! Com a informação que temos, é difícil não saber o que a droga é capaz de fazer, já não é mais ignorância, é burrice. Burrice e egoísmo, visto que além de a pessoa estar caminhando para própria morte, abala com a vida de todos aqueles que vivem ao seu redor
.
Não vou entrar em detalhes, mas hoje passei por um momento extremamente difícil, encontrei um amigo numa situação muito complicada. Fiquei mal, pensando nas pessoas que cresceram comigo, nos caminhos de cada um. Uma vez, por já ter visto tanta coisa, eu disse que não queria mais me surpreender nem me abalar com nada.
Mas graças à Deus não perdi essa sensibilidade, nem quero.

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