sábado, 26 de junho de 2010

Oh tempo tempo...




O tempo hoje em Imperatriz foi super-agradável, mas estou sem tempo pra mim, também estou sem tempo pro blog por isso passei esse tempo todo sem postar. Dormi demais e acordei sem tempo pra tomar café, não tive muito tempo para fazer caminhada. Meu tempo não me permitiu com os afazeres da casa. Cheguei no trabalho correndo, porque o tempo também estava. Não tive muito tempo pra ler meus emails. Alguém me ligou mas não tive tempo pra falar e esqueci de retornar porque não deu tempo de saber quem era.
Tenho saudade do tempo em que eu tinha tempo pra tudo, mas ao mesmo tempo essa falta de tempo faz o tempo passar mais rápido, e isso é bom às vezes.
Tenho saudade de quando eu podia vir aqui no blog todos os dias, de ficar aqui matando o tempo e navegando, mas vou reajustar meu tempo pra poder ter mais tempo como antes.

Bem... eu já vou, não me deixem. Prometo voltar depois com mais tempo, estou há algum tempo sem internet em casa e agora tenho que ir porque meu tempo aqui no Cyber acabou.

domingo, 20 de junho de 2010

Sutilmente...

Queria te dizer que o afeto que por ti carrego é desapegado de qualquer coisa.
Não exige promessas e nem palavras em demasia porque essas o vento leva.
Só te pede que repouses quieto, bem quietinho no meu peito enquanto te faço um carinho no rosto, que me encaixe no teu corpo na hora de dormir de uma forma que eu sinta tua respiração quente no meu ouvido.
E não existirá hesitação em rechear tuas tardes de sábado com carinho, cafuné e conversas jogadas fora propositadamente depois das outras coisas...


...porque não precisamos de muito, só de nos aproveitar.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Do Quintana...



"A vida são deveres que nós trouxemos pra fazer em casa.

Quando se vê já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!

Agora, é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada inútil das horas..."

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vinte centavos

Da série, bobagens da vida real.
Eu fui num cartório aqui de Imperatriz autenticar xerox de dois documentos: 2,60 cada, cinco e vinte tudo né... dãaaa
Eu só tava com cinco reais e não tinha moeda dentro da bolsa, revirei tudo mas não tinha.


- O senhor pode deixar por cinco reais? To sem moeda aqui.

- Filha procura aí...

- Procurei já, eu não tenho.

- Você não tem vinte centavos?

- Eu sempre ando com bastante moeda na bolsa mas agora não tenho nenhuma aqui.

- Então quando você tiver você passa aqui que eu autentico pra você.
- ...


Gente, vinte centavos. Isso tá ecoando na minha cabeça até agora: vinte centavos, vinte centavos, vinte centavos, R$ 0,20...

Eu precisava dos documentos e não dava pra ir em casa. Saí do cartório e lá fora fiquei imaginando o que fazer. Passou um cara super apressado, não pensei duas vezes, parei ele e disse:
- Moço, me dá vinte centavos?
- [eu já disse aqui antes que sou cara de pau as vezes né?]
Ele como que não tava entendendo nada bate as mãos no bolso e fala:

- Serve um real?

- Serve, mas se você tiver trocado me dá só os vinte mesmo.

- Olha aqui uma moeda de vinte e cinco, toma.

- Obrigada moço, é que eu preciso autentic....


Ele nem esperou eu terminar, apenas sorriu e disse que estava tudo bem, eu volto pro cartório pago os documentos e pra minha surpresa o cara de cú diz:

- xii agora não tenho cinco centavos pra dá teu troco.

Dei uma risadinha bem escrota e respondi:

- Pois vai trocar eu espero!


Ele foi trocar e eu fiquei esperando meus cinco centavos, nesse momento o jardim-de-infância me mandou lembranças. Claro que eu poderia ter dado uma de adulta, de pessoa superior e deixar isso pra lá. Ou então fazer o que a maioria das pessoas no meu lugar faria: mandar ele enfiar a moeda naquele lugar.
Mas era como se naquele momento eu não estivesse esperando o troco, mas a dignidade de volta [dignidade ou qualquer outra coisa parecida] por isso eu tinha que receber, não dava pra deixar lá.
Confesso que não sabia que vinte centavos valia tanto, cinco centavos então nem se fala.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Heróis anônimos

- Aonde vai, jovem passageiro?

- Ao extremo oriente.

- Pescar pérolas nos mares da Índia ?

- Não me interessam pérolas de moluscos.

- Em busca de aventuras?

- Tampouco.

- Em viagem de recreio?

- Vou para a Ilha dos Leprosos.

- Dos leprosos, que horror!

- Nem tanto...

- E são muitos?

- Uns quinhentos...

- E quando pretende regressar?

- Nunca.

- Que vida infernal!... E é bem pago?

- Deus o sabe...

- Como? Não ganha?

- Espero ter o necessário para viver e trabalhar...

- Só?

- É quanto basta.

- E sua família?

- Deixei minha família por amor a essa família de infelizes...

- Não compreendo essa filosofia...

- Parece que sou louco, não é?

- Isso não, mas... desculpe... o senhor deve ter sofrido algum desgosto profundo.

- Não me consta, não sou derrotista nem misantropo. Creio na vida.

- E por que abandona o conforto da sociedade?

- Vou à conquista dum mundo mais belo e feliz...

- Quimeras!

- Realidades espirituais!

- Loucuras!

- Sabedoria divina!

- Paradoxos!

- Verdade suprema! Mais belo é dar que receber... É minha idéia, é meu ideal.

- Mistérios!...

- Tem razão. O mais belo de todos os mistérios é este: imolar-se na ara dum grande ideal. Ser apóstolo – e eu quero ser discípulo do Grande Mestre...



Esse diálogo tão interessante encontra-se no livro de Huberto Rohden - De Alma Para Alma.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Coisas que eu amo

Amo olhar as pessoas sorrindo e o jeito que o semblante muda conforme a alegria transborda.
Amo quando uma pessoa tenta se manter séria, mas não consegue...
Amo piadas sem graça, amo a cara de sem graça da pessoa quando contou uma piada e ninguém riu...
Amo quando tentam me fazer rir...

Amo olhar pessoas falando, gesticulando.
..
Amo olhar pessoas quando elas não estão olhando, amo quando ficam sem graça quando percebem que as observo.


Parece estranho, mas gosto de ver uma pessoa com vergonha quando percebe que cometeu uma gafe, a pessoa fica tão... tão ela mesma; e acho bonito quando pedem desculpa.
Amo quando ficam com medo de eu não ter gostado do presente.
Amo quando dou um toque e retornam no mesmo instante, quando desligo na cara mas ainda assim ligam de volta.
Amo quando me oferecem uma música e pedem para eu prestar atenção na letra; quando ficam com raiva enquanto eu finjo que não estou ouvindo.
Quando alguém diz que me ama, amo ver a cara de ansiedade da pessoa em ouvir um 'eu te amo' de volta.

Amo reconhecer o som dos instrumentos nas músicas, de reconhecer o som do piano, do violão, da guitarra... "Será que essa parte é um violino?" Gosto de prestar atenção na segunda voz, não gosto quando dizem que não fazem diferença.
Amo ouvir o barulho que as coisas fazem, gosto do barulhinho que a tv faz quando é desligada, da porta quando abre, do barulho da chuva, do estalar dos dedos, o barulho do ventilador me dá um sono...

Eu gosto de ouvir pessoas chegando, mas não gosto do barulho da campainha, prefiro ouvir baterem na porta, ou então que batam palma, "ô de casa"... tão humano.


Amo quando meu cachorro e meus gatos me encaram, quando ficam felizes quando eu chego mas depois de algum tempo não dão a mínima e nem percebem que estou ali.
Por íncrivel que pareça, amo quando me acordam e perguntam se eu estava dormindo.


Eu amo tudo o que é espontâneo.
Amo quando as pessoas são elas mesmas e não se dão conta disso.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Só mais um pouquinho...

Só mais um pouquinho. Só mais essa vez.
E nessas duas pequenas frases moram grandes problemas. Porque as vezes a gente sabe que uma coisa tem que terminar mas ainda assim insistimos em pedir mais um pouquinho.


O seu despertador toca e te acorda, mas o sono está tão bom, tão gostoso que você desliga o relógio e pensa: só mais um pouquinho, vou dormir mais cinco minutinhos e já já eu levanto.
Pronto, você perde a noção do tempo. É o suficiente pra você se atrasar, perder o ônibus, chegar atrasado e perder a aula, e pra quem trabalha pode ser suficiente para perder o emprego.
No bar com os amigos, a idéia inicial era só tomar um chopp e ir pra casa, mas o papo e a companhia está tão boa que você acaba decidindo ficar e beber só mais um pouquinho. Mas e aí... esqueceu que tem que ir dirigindo pra casa? Tá aí o problema, nesse pouquinho você acaba exagerando, dificilmente assume que está bêbado e se acha capaz de ir dirigindo. Você pode ter sorte e chegar bem em casa, mas também pode não ter...

Tem também os relacionamentos, ou os 'casos'... você até sabe que aquilo ali não vai te levar a lugar nenhum, que não tem futuro mas o sexo entre vocês é tão bom que você não consegue terminar, e vai adiando.. e pensa "só mais essa vez". E aquilo vai aumentando e o tempo passando e vai nascendo um sentimento [não recíproco] e você vai se machucar e fica cada vez mais difícil e doloroso sair dessa.


Certas coisas na vida, por mais que pareçam boas e mesmo que sejam, temos que saber a hora certa de pôr um ponto final, principalmente quando sabemos que pode nos prejudicar mais na frente, porque é como uma bola de neve que cresce rapidamente e quando percebemos não podemos mais controlar.
E é essa bendita hora de acabar que eu não sei se já chegou ou quando vai chegar, e enquanto essa bola de neve vai crescendo, eu vou seguindo assim: querendo mais um pouquinho, só mais essa vez, não sei até aonde vai dar, mas eu quero. [e não estou falando do blog. rs]



Pra coroar essa reflexão boba de fim de tarde, música pra lá de bacana de Damien Rice:



Bom fim de semana pra vocês!

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