sábado, 12 de fevereiro de 2011

sobre liberdade, e medo...

Após saber das notícias a respeito dos últimos acontecimentos no Egito, fiquei aqui pensando com meus botões: incrível o poder que as pessoas tem nas mãos e muitas vezes não se dão conta, íncrivel mais ainda é quando decidem dar uma basta numa situação que se arrasta já a tanto tempo, como se de repente cada um saíssem de suas casa movidos por um único objetivo, gritar pro mundo: Chega, Não aguentamos mais, queremos liberdade e estamos aqui pra lutar por ela! E nada de meio termo. Queremos a renúncia e ponto final. Dê-nos, é o que queremos.

Coisa boa de se ver né? apesar de tudo.

Olha gente, acho que vou falar algo meio absurdo, mas por mais que eu tente não consigo deixar de comparar com a história aqui do Maranhão, sabe? Cada vez que leio sobre protestos dessa natureza, protestos bem sucedidos diga-se, sempre lembro que por aqui as coisas não funcionam. (olha eu aqui falando disso de novo)

E vejam só, praquelas bandas existe a questão cultural e religiosa das pessoas, toda uma barreira, não sei se barreira é a palavra certa, existe toda uma tradição que poderia impedir qualquer revolta popular. Mas ainda assim passaram por cima de tudo e lutaram pela liberdade, pelo fim da ditadura de quase 30 anos. E por essa e várias outras coisas que eu faço a comparação, não tem jeito é algo que sempre vem na minha cabeça.

Uma vez li uma reportagem que falava de uma mulher que durante mais de 10 anos viveu em cárcere privado, mantida por um homem que a agredia, e que mesmo tendo várias oportunidade de fugir, não fez porque não tinha coragem de o abandonar. O caso acabou na polícia por causa de uma denúncia anônima.
Os psicólogos disseram que é comum pessoas criarem laços afetivos pelos próprios agressores, e quando não é afeto, é medo, ou até mesmo acomodação por manter uma vida sem muito esforço. E é mais ou menos nesse ponto que faço a comparação/questionamento que mencionei sabe? Mesmo tendo oportunidade de por um ponto final, muitas pessoas preferem se manter na mesma situação por anos a fio.

Outra coisa de que me lembrei agora foi dos protestos em Brasília, 2009 se não me engano, pessoas protestando contra permanência do Sarney no senado. Passaram alguns dias lá, mas depois foram embora com o rabinho entre as pernas. Não tinha coro sabe? Não tinha convicção. Não tinha um ideal porque parece que chegaram num ponto em que se viram numa briga que não era deles. Em maioria, são jovens que gritam liberdade, mas que saem pra se embriagar com o dinheiro dos pais, pessoas que gritam igualdade, mas que ignoram uma pessoa que precisa de ajuda.. Olha pensando bem, é melhor parar por aqui, to entrando em outro ponto já.

Voltando ao Egito, estou feliz pelo fim do protesto, lamento pelos que não puderam presenciar a conquista, rezo pra que estejam num bom lugar.


Deixo aqui algumas fotos da comemoração... tirei daqui.




Um abraço e bom fim de semana!!

1 opiniões importantes:

Billycious Böy disse...

Talvez a história sofrida dos egípcios tenha feito com que eles se tornassem mais convictos do que nós em situações de protestos.

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